sábado, 30 de julho de 2011

Vou mudar um pouco o tópico que o blog propõe por dois motivos.  O primeiro é que, recentemente e felizmente, fui apresentada ao Eduardo Marinho (vídeo aqui, pra quem quiser ver) e o que eu ouvi abriu minha mente de tantas formas que não dá nem pra explicar. Levando assim ao segundo, que já vem martelando há um tempo na minha cabeça, mas só tomou forma mesmo agora (01:56 da madruga, meu cérebro precisa de um botão de off). Amanhã, domingo, dia 31/07/2011, vai rolar um manifesto aqui em Recife pela salvação do Recife Antigo, um bairro histórico, com vários bares simpáticos, com prédios tombados, um porto com vista pra um nascer no sol lindíssimo, ponto turístico e que, de uns anos pra cá, se encontra literalmente entregue às traças e ao tráfico. Tudo começou com a descrição do evento criado no facebook, que diz exatamente isso:
O intuito desse MANIFESTO é que a Prefeitura da Cidade do Recife tenha um plano de Revitalização do espaço, que antes era destinado aos boêmios e amantes da noite, porém que agora está entregue a traficantes e a assaltantes. Com as ruas escuras e esburacadas, o Recife antigo está totalmente entregue ao submundo de meliantes que aproveitam aqueles que ainda frequentam o bairro para furtar. Pontos de venda de drogas são frequentes no bairro, que pouco é policiado. Na verdade, é raro ver um carro da PM no Recife Antigo, assim acaba se tornando um ponto chave para pessoas que vendem drogas. Os comerciantes estão fechando as portas com medo da violência que apenas cresce por suas ruas  e cada vez mais o lugar fica completamente abandonado e sem incentivo à cultura.
Concorda com isso? Venha protestar conosco!
Pedimos com toda a gentileza, não levem bandeira de partido político!”
E fez-se a polêmica. Algumas pessoas começaram a questionar o intuito básico do manifesto, que é pedir mais policiamento nas ruas, mais segurança, alegando que isso não resolveria o problema, que apenas “empurraria” essas pessoas que hoje tomam conta do Recife Antigo (mais ainda) para as margens, que isso era uma opressão, que o problema se encontra na estrutura social, que o problema se resolve pela raiz e por aí vai, todo aquele discurso clichê e desgastado que todo mundo já conhece. Alguém até veio com um discurso de que se era pra protestar pelo direito de tomar a sua cerveja em paz, de boa, ela não apoiaria.
Não discordando, pelo contrário, até acho que faz muito sentido. Apesar de, e aqui eu pensei em dizer utópico, mas acho que mais ainda, hipócrita.
O Recife Antigo, mesmo em suas melhores épocas, sempre foi alvo de assaltos. Aliás, como toda a Região Metropolitana do Recife e isso sim, é algo pra ser resolvido pela raiz, com projetos sociais, projetos de inclusão pra quem não tem nada, isso sim é algo que não se resolve com policiamento, violência e opressão. O Recife Antigo também sempre foi um local de venda de drogas, mas o que antes se resumia a “amendoim, loló e a massa”, hoje virou tráfico pesado. Antes, havia um mínimo de policiamento, pelo menos pra evitar uma confusão maior, pra causar um mínimo de inibimento. Hoje, o negócio tá deserto. Tá pesado. Chegou num ponto que precisa de policiamento sim e urgente, porque eu to vendo a hora do negócio ali explodir e vai sobrar pra quem não tem nada a ver.
Acho bem engraçado essa história de “resolver o problema pela raiz”, frase pronta que serve pra tudo! Quer resolver o problema do Brasil pela raiz? Vai lá pra vinda da família real pro país, que foi lá que tudo começou! Quando as pessoas foram obrigadas a saírem de suas casas e os primeiros marginais surgiram (e aqui, como no resto do texto, que “marginal” seja interpretado como “quem vive à margem de” e não bandido). E dali em diante, o negócio só piorou. Então, pelo amor dos deuses, parem com esse discurso de “resolver pela raiz”, porque se tornou utópico. O negócio é resolver a cagada que foi feita e acumulada durante todo esse tempo, pela metade mesmo! De preferência, da melhor forma possível, com paz e inclusão. Em situações críticas, policiamento pra segurar a onda e aí sim, pensar em algo. O que os críticos desse manifesto pareceram ignorar, foi a primeira e mais importante frase do texto: “O intuito desse MANIFESTO é que a Prefeitura da Cidade do Recife tenha um plano de Revitalização do espaço...” Ou seja, só se enxerga o que é conveniente, pelo jeito.
Só pra terminar, comentando sobre o que disseram do fato de que se era pra lutar pelo direito de tomar sua cerveja em paz, não valia a pena, eu discordo. Quero lutar pelo direito de tomar minha cerveja em paz SIM, mas não porque não quero correr o risco de ser assaltada. Assalto é o de menos, não me importo com celular ou grana que alguém levar de mim, não é o material que me interessa, não é o material que eu prezo. Eu prezo pela minha vida. Porque hoje, meu medo não é ser assaltada. É eu tá de bobeira pela rua, rolar uma confusão entre os traficantes, e sobrar bala pra todo lado. É eu correr o risco de ser esfaqueada porque o assaltante tava fissurado e se assustou com algo. É alguém surtar e resolver atirar garrafas de vidro pra todo lado. É eu estar indo pegar o meu busão de manhã pra voltar pra casa e ser estuprada. Perto disso, eu até rezo pra que, se for acontecer alguma coisa, que, pelo amor de deus!, eu seja assaltada! Tudo bem se o cara precisa da minha grana pra algo, tudo bem se ele precisa do meu celular porque a tv bombardeia que você precisa ter tudo que você não precisa, tudo bem. Não é culpa dele, talvez minha.
O mais engraçado da história toda, é que boa parte desse pessoal que paga de “ah, pra mim não tem problema tomar minha cerveja no meio de marginais (novamente, “a margem de!” ) ou perto de um ponto de venda de drogas, é culpa da sociedade, é culpa do sistema, isso se resolve pela raiz, não quero policiamento!” são cheios da grana. Não milionários, mas com dinheiro suficiente pra bancar um intercâmbio de não sei quantos meses no Canadá ou na puta que pariu que seja. Se tá falando tanto do sistema que é falido, porque não usou tua grana do intercâmbio pra financiar ou montar um projeto social na favela do Pilar? Porque não doou cesta básica pra comunidade? Porque não doou pra reforma da Escola Pública principal da comunidade? Quer pagar de revolucionário, ok. Mas de hipocrisia, ando pelas tabelas.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

o último conto de amor.

Cabeça, corpo e coração são invadidos por lembranças, sentimentos, voz, gestos e jeitos, todos juntosdeumavez, depois só saudade, uma saudade imensa, doída, a necessidade de um abraço, de sentir assimbmprto, ou não, talvez seja melhor assim, fica longe, não volta, ou volta, me dá um beijo e aí sim, em paz seguir, tudo isso porque ainda era uma incerteza, me perguntaram uma vez o que faltava pra dar certo, faltava você querer, só, quem sabe quando você voltasse as coisas pudessem dar certo, finalmente e todos os dias, sem excessão, pensei nisso mas agora é certo, não vai dar, acabou, você não vai voltar, não vai querer e o que mais dói é que eu nunca acreditei que esse dia iria chegar, não de verdade, mas chegou, meu último conto de amor.
 
A cabeça quer pensar
Mas o amor só quer você.

domingo, 24 de julho de 2011

saudade do mundo.

Muita gente, muito show, muita bebida, muita ressaca, muito engov, muita chuva, muito frio, muita sujeira, muita louça, muito cansaço, muito machucado, muita dor no corpo, muito abuso, pouco espaço, pouca cadeira, pouca comida, muita estrada, muita saudade, muito amor e a sensação de que faria tudo de novo. Mesmo com essa ressaca sem fim.

(e minha intolerância atingiu 9 graus na escala richter. acho que é a idade.)

domingo, 10 de julho de 2011