sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Nos Balés da Tormenta.

Não adianta tirar de onde não tem
Nem tentar encaixar onde não cabe
Sem saber alguém tenta
E quando sabe já não dá nem um passo mais além
Pois de traz para a frente nada vem
E o que foi já não é e nem será
E da frente pra trás ninguém irá
Desfazer o que fez, certo ou errado
Vou deixar esse canto
Abandonado para sempre
Do jeito como está
Me esparramo ao relento, o chão é torto
Canta um grilo escondido e mais ninguém
Vou dormir nesse abrigo que só tem sede, fome, sujeira e desconforto
Pra sonhar que acordei de um sonho morto no quintal de uma casa
Onde eu podia não correr contra o tempo
Enquanto via teu sorriso
Indo e vindo num balanço
Sem voltar pra você
Eu não descanço
Minha casa é você
E eu já sabia.

Siba Veloso.
http://vimeo.com/32851935

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Envelhecer

Reza a lenda de que Arnaldo Antunes sempre anotou as coisas que Ortinho dizia ao acaso. E que foi assim que surgiu Envelhecer. Ortinho soltou numa conversa: "A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer". Nossa, como eu discordo. Envelhecer tem sido uma tortura pra mim. Tem sido ver o mundo escapando de mim. Tem sido descobrir que o mundo não é bonito e as pessoas não são boas. Descobrir que lá no fundo,  você não tem com quem contar.Você não tem nada.  Envelhecer tem sido uma tortura, uma falta do que e de quem. Sentir os 23 coladinho em você e perceber que tudo o que você esperava pra sua vida nessa idade está mais distante do que tudo no universo. Nem quem você sempre imaginou que poderia ligar de madrugada para uma conversa está mais disponível. Tudo muito feio. E mesquinho. Eu não sei se eu quero viver nesse mundo, eu não sei se eu nasci pra aguentar toda essa podridão. É demais pra mim. Eu tenho a pessoa mais importante da minha  vida, que é a minha mãe, e ela só consegue falar a verdade para os outros e quando bebe e, na minha frente, foi a única vez que isso aconteceu! Eu tento, com todas as minhas forças, levar isso adiante. Mas só o que me alivia é um dia sem aula e um monte de cervejas na geladeira. Eu preciso de um amor, eu preciso de uma razão, eu preciso de alguém que esteja comigo sempre e que discuta e que diga que eu estou errada e que diga que eu faço um monte de merda e que diga que eu sou uma mimada e que diga que eu sou uma burguesinha idiota que tá achando que a vida não tem futuro sem razão. Porque é disso que eu preciso. De uma razão. Uma razão pra seguir em frente, porque tá foda. Eu tenho tentado pra caralho, com todas as minhas forças, mas tá foda!
"Me fale do Sagrado Coração
Porque eu preciso de ajuda"

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Homens, eu amo vocês. Sério, amo mesmo. Não entendo algumas mulheres que sentem prazer em sair esbravejando que odeiam os homens, que não querem mais saber de nenhum, que eles não prestam e todo aquele discursinho bobo. Pois eu? Eu amo vocês. Amo o jeito que vocês ficam quando estão apaixonados. Amo as bobagens que vocês falam. Amo ver vocês assistindo futebol. Amo ver vocês assistindo o show da banda preferida. Amo a delicadeza e sutilidade com que vocês demostram o amor que sentem pelos amigos, praticamente se estapeando e pegando nas partes íntimas quando se encontram. Amo a finess com que vocês tratam um amigo com problemas. Amo, porque sei que lá no fundo, o que vocês querem mesmo é dar um abraço nele e chorar junto.  Amo esse jeito bobo de esconder os sentimentos, porque são machos. Acho lindo, porque é bobo e fica estampado na cara que é mentira. Amo até ver vocês perdendo tempo na frente de uma porcaria de videogame! A empolgação com que vocês jogam qualquer jogo de futebol  é inexplicável. Amo quando vocês saem pra uma ‘pelada’ com os amigos e voltam completamente bêbados, menos saudáveis do que quando foram jogar.  Amo a espontaneidade de vocês ao fazer papel de bobo. Amo a certeza que vocês têm de que tudo sempre vai dar certo. Sabe o dia que comecei a amar tanto vocês? Quando um amigo meu comentou que tudo o que o homem fazia, era pela mulher. Ele começou a enumerar uns fatos e eu vi que era mesmo verdade. E achei lindo. Entendo que algumas mulheres tenham sido severamente magoadas por algum homem e agora resolvam odiar todos eles. Só gostaria de lembrar um pequeno fato: falta de caráter não é um problema de ser homem. É um problema de falta de caráter, que tem impregnado a raça humana. Portanto, abram seus corações, mulheres. E vejam como esses seres são lindos e curiosos. Vejam a quantidade de besteira que eles não fazem, só para conquistar uma de vocês. E aprendam a amá-los, assim como eu amo, com todos esses defeitos. E perdoem alguns, porque às vezes, eles só não sabem o que fazem.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

terça-feira, 1 de novembro de 2011



Sei rir mostrando os dentes e a língua afiada
Mais cortante que um velho blues
Mas hoje eu só quero chorar 
Como um poeta do passado
E fumar o meu cigarro na falta de absinto.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011



Eu não durmo mais, eu cochilo.
Eu não sonho mais, eu deliro.


E continuo desenvolvendo cada vez mais a doce arte de cultivar olheiras.




Make no mistake, You shan't escape
Tethered and tied
There's nowhere to hide from me
All mine, you have to be
So don't resist
We shall exist
Until the day
Until the day, i die
All mine
You have to be.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011


Melhorei mas estou cansada
Já fiz tanto por você
Que esqueci até de mim
Me envolvi em confusão
Apartei, levei porrada
Te abracei, rolei no chão
Foram tantos não que o teu sim
Me deixou sem querer nada
Agora culpo o copo
Culpo a sede pela minha falta d'água
Procurei em ti me encontrar
Não encontrei quem procurava
Chorei por quem amei
Chorou quem me amava
Por ser pior eu melhorei
Mas estou cansada.

Ortinho.
Meu poeta louco, meu louco poeta.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

My foolish heart / Bhaja Govinda

Porque eu acho que esse kirtan é um serviço de utilidade pública, todos precisam ter acesso à ele, ao seu ensinamento. Krishna Das, meu equilíbrio, quem traz paz pro meu coração e quem tem o melhor abraço do mundo (:


My foolish heart
Why do you weep?
You throw yourself away again
Now you cry yourself to sleep.
Cry yourself to sleep...

My foolish heart
When will you learn?
You are the eyes of the world
And there’s nowhere else to turn.
Nowhere else to turn...

Bhaja Govindam, bhaja Govindam
My foolish heart.
Govindam Govindam Govindam
My foolish heart
My foolish heart
My foolish heart...

Raadhe Raadhe Govinda Govinda
Raadhe Raadhe Govinda Govinda
Govinda Bhaja Govinda
Govinda Bhaja Govinda

As palavras "Bhaja Govindam" são uma exortação para adorar e amar a Deus. No século 8, o grande santo, Adi Shankaracharya, escreveu um belo hino chamado "Bhaja Govindam." É uma oração única, uma vez que unifica o caminho da Sabedoria (Marg Jnana) e o caminho da devoção (Bhakti Marg). Shankaracharya elogia Devoção como um caminho espiritual que leva à libertação. A lenda é que ele estava andando com seus discípulos, quando viu um velho estudioso ensinar seus jovens alunos as regras da gramática sânscrita.  Por ser um sábio, ele viu que o velho estava perto de morrer e que não tinha feito nada de realmente significativo no que dizia respeito a vida espiritual. Shankaracharya disse ao velho que agora que ele era tão velho que ele deve voltar sua mente para Deus e parar de perder tempo. Em cada verso, ele descreveu os caminhos pelos quais a vida passa e com ele a nossa oportunidade de encontrar a liberdade do sofrimento. Cada verso era dirigida a "minha mente tola / meu coração tolo", mudhamate em sânscrito. Eu escrevi um par de versos em Inglês com o mesmo sentimento.
Krishna Das.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Se teve uma coisa que a depressão me ensinou, foi me forçar a ser feliz.
E é o que eu tenho feito, todos os dias, com todas as forças que consigo encontrar.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

voltando à programação normal...

Se lhe puder dizer alguma coisa mais, é isto: não pense que aquele que o procura consolar leva uma vida descansada no meio das palavras simples e discretas que às vezes fazem bem ao senhor. A vida dele comporta muito sacrifício e muita tristeza e fica-lhes muito atrás. Mas, se assim não fosse, ele nunca podia ter encontrado aquelas palavras.

Rainer Maria Rilke, Cartas a um jovem poeta.

sábado, 30 de julho de 2011

Vou mudar um pouco o tópico que o blog propõe por dois motivos.  O primeiro é que, recentemente e felizmente, fui apresentada ao Eduardo Marinho (vídeo aqui, pra quem quiser ver) e o que eu ouvi abriu minha mente de tantas formas que não dá nem pra explicar. Levando assim ao segundo, que já vem martelando há um tempo na minha cabeça, mas só tomou forma mesmo agora (01:56 da madruga, meu cérebro precisa de um botão de off). Amanhã, domingo, dia 31/07/2011, vai rolar um manifesto aqui em Recife pela salvação do Recife Antigo, um bairro histórico, com vários bares simpáticos, com prédios tombados, um porto com vista pra um nascer no sol lindíssimo, ponto turístico e que, de uns anos pra cá, se encontra literalmente entregue às traças e ao tráfico. Tudo começou com a descrição do evento criado no facebook, que diz exatamente isso:
O intuito desse MANIFESTO é que a Prefeitura da Cidade do Recife tenha um plano de Revitalização do espaço, que antes era destinado aos boêmios e amantes da noite, porém que agora está entregue a traficantes e a assaltantes. Com as ruas escuras e esburacadas, o Recife antigo está totalmente entregue ao submundo de meliantes que aproveitam aqueles que ainda frequentam o bairro para furtar. Pontos de venda de drogas são frequentes no bairro, que pouco é policiado. Na verdade, é raro ver um carro da PM no Recife Antigo, assim acaba se tornando um ponto chave para pessoas que vendem drogas. Os comerciantes estão fechando as portas com medo da violência que apenas cresce por suas ruas  e cada vez mais o lugar fica completamente abandonado e sem incentivo à cultura.
Concorda com isso? Venha protestar conosco!
Pedimos com toda a gentileza, não levem bandeira de partido político!”
E fez-se a polêmica. Algumas pessoas começaram a questionar o intuito básico do manifesto, que é pedir mais policiamento nas ruas, mais segurança, alegando que isso não resolveria o problema, que apenas “empurraria” essas pessoas que hoje tomam conta do Recife Antigo (mais ainda) para as margens, que isso era uma opressão, que o problema se encontra na estrutura social, que o problema se resolve pela raiz e por aí vai, todo aquele discurso clichê e desgastado que todo mundo já conhece. Alguém até veio com um discurso de que se era pra protestar pelo direito de tomar a sua cerveja em paz, de boa, ela não apoiaria.
Não discordando, pelo contrário, até acho que faz muito sentido. Apesar de, e aqui eu pensei em dizer utópico, mas acho que mais ainda, hipócrita.
O Recife Antigo, mesmo em suas melhores épocas, sempre foi alvo de assaltos. Aliás, como toda a Região Metropolitana do Recife e isso sim, é algo pra ser resolvido pela raiz, com projetos sociais, projetos de inclusão pra quem não tem nada, isso sim é algo que não se resolve com policiamento, violência e opressão. O Recife Antigo também sempre foi um local de venda de drogas, mas o que antes se resumia a “amendoim, loló e a massa”, hoje virou tráfico pesado. Antes, havia um mínimo de policiamento, pelo menos pra evitar uma confusão maior, pra causar um mínimo de inibimento. Hoje, o negócio tá deserto. Tá pesado. Chegou num ponto que precisa de policiamento sim e urgente, porque eu to vendo a hora do negócio ali explodir e vai sobrar pra quem não tem nada a ver.
Acho bem engraçado essa história de “resolver o problema pela raiz”, frase pronta que serve pra tudo! Quer resolver o problema do Brasil pela raiz? Vai lá pra vinda da família real pro país, que foi lá que tudo começou! Quando as pessoas foram obrigadas a saírem de suas casas e os primeiros marginais surgiram (e aqui, como no resto do texto, que “marginal” seja interpretado como “quem vive à margem de” e não bandido). E dali em diante, o negócio só piorou. Então, pelo amor dos deuses, parem com esse discurso de “resolver pela raiz”, porque se tornou utópico. O negócio é resolver a cagada que foi feita e acumulada durante todo esse tempo, pela metade mesmo! De preferência, da melhor forma possível, com paz e inclusão. Em situações críticas, policiamento pra segurar a onda e aí sim, pensar em algo. O que os críticos desse manifesto pareceram ignorar, foi a primeira e mais importante frase do texto: “O intuito desse MANIFESTO é que a Prefeitura da Cidade do Recife tenha um plano de Revitalização do espaço...” Ou seja, só se enxerga o que é conveniente, pelo jeito.
Só pra terminar, comentando sobre o que disseram do fato de que se era pra lutar pelo direito de tomar sua cerveja em paz, não valia a pena, eu discordo. Quero lutar pelo direito de tomar minha cerveja em paz SIM, mas não porque não quero correr o risco de ser assaltada. Assalto é o de menos, não me importo com celular ou grana que alguém levar de mim, não é o material que me interessa, não é o material que eu prezo. Eu prezo pela minha vida. Porque hoje, meu medo não é ser assaltada. É eu tá de bobeira pela rua, rolar uma confusão entre os traficantes, e sobrar bala pra todo lado. É eu correr o risco de ser esfaqueada porque o assaltante tava fissurado e se assustou com algo. É alguém surtar e resolver atirar garrafas de vidro pra todo lado. É eu estar indo pegar o meu busão de manhã pra voltar pra casa e ser estuprada. Perto disso, eu até rezo pra que, se for acontecer alguma coisa, que, pelo amor de deus!, eu seja assaltada! Tudo bem se o cara precisa da minha grana pra algo, tudo bem se ele precisa do meu celular porque a tv bombardeia que você precisa ter tudo que você não precisa, tudo bem. Não é culpa dele, talvez minha.
O mais engraçado da história toda, é que boa parte desse pessoal que paga de “ah, pra mim não tem problema tomar minha cerveja no meio de marginais (novamente, “a margem de!” ) ou perto de um ponto de venda de drogas, é culpa da sociedade, é culpa do sistema, isso se resolve pela raiz, não quero policiamento!” são cheios da grana. Não milionários, mas com dinheiro suficiente pra bancar um intercâmbio de não sei quantos meses no Canadá ou na puta que pariu que seja. Se tá falando tanto do sistema que é falido, porque não usou tua grana do intercâmbio pra financiar ou montar um projeto social na favela do Pilar? Porque não doou cesta básica pra comunidade? Porque não doou pra reforma da Escola Pública principal da comunidade? Quer pagar de revolucionário, ok. Mas de hipocrisia, ando pelas tabelas.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

o último conto de amor.

Cabeça, corpo e coração são invadidos por lembranças, sentimentos, voz, gestos e jeitos, todos juntosdeumavez, depois só saudade, uma saudade imensa, doída, a necessidade de um abraço, de sentir assimbmprto, ou não, talvez seja melhor assim, fica longe, não volta, ou volta, me dá um beijo e aí sim, em paz seguir, tudo isso porque ainda era uma incerteza, me perguntaram uma vez o que faltava pra dar certo, faltava você querer, só, quem sabe quando você voltasse as coisas pudessem dar certo, finalmente e todos os dias, sem excessão, pensei nisso mas agora é certo, não vai dar, acabou, você não vai voltar, não vai querer e o que mais dói é que eu nunca acreditei que esse dia iria chegar, não de verdade, mas chegou, meu último conto de amor.
 
A cabeça quer pensar
Mas o amor só quer você.

domingo, 24 de julho de 2011

saudade do mundo.

Muita gente, muito show, muita bebida, muita ressaca, muito engov, muita chuva, muito frio, muita sujeira, muita louça, muito cansaço, muito machucado, muita dor no corpo, muito abuso, pouco espaço, pouca cadeira, pouca comida, muita estrada, muita saudade, muito amor e a sensação de que faria tudo de novo. Mesmo com essa ressaca sem fim.

(e minha intolerância atingiu 9 graus na escala richter. acho que é a idade.)

domingo, 10 de julho de 2011

quinta-feira, 16 de junho de 2011

sobre ser romântico.

Podem reparar: qualquer mulher, quando está sendo entrevistada ou representando um papel num filme ou novela ou o catso que for, quando perguntada sobre o seu homem "ideal", sempre começam com: "ah, tem que ser romântico..." e fazem aquela cara idiota de paisagem. Como se ser romântico fosse a qualidade obrigatória de um homem, para ele ser no mínimo aceitável. Não é romântico? Descartado. O problema é que as pessoas confundem ser romântico com ser retardado. Não gosto de retardamento. Não gosto de demonstrações públicas de afeto, combinadas com apelidinhos que causam vergonha alheia em qualquer um. Hoje em dia, qualquer mulher acha lindo quando, depois de uma puta briga, o seu "homem romântico" aparece de surpresa na sua casa, com flores ou carro de som ou faixa ou o escambau, quando você deixou claro que não queria vê-lo. "Ah, mas foi SUPER romântico", elas dizem, "porque mesmo depois de tudo ele se arrependeu e ainda teve coragem de vir aqui em casa e me fazer uma surpresa AH, QUE LINDO". Falando muito sério, se um homem fizesse isso comigo, de aparecer na minha casa mesmo depois de eu ter deixado bem claro que não queria nem vê-lo pintado de ouro, sem nem ter tido ao menos a decência de ligar antes, eu tacava pedra. No mínimo. Isso pra mim não é ser romântico, é ser inconveniente.
Sou, sim, romântica. Muito, até. À moda antiga. Quero casar, morar junto, ter filhos, até quando o nosso deus deixar. Mas romantismo pra mim é outra coisa. Um homem romântico é aquele que respeita teu espaço e tuas decisões. É aquele que liga antes de qualquer coisa. Romantismo é encontrar aquela pessoa que te completa, nos defeitos. É ter vontade de construir uma vida juntos, nos menores detalhes. Ter vontade de decorar um apartamento juntos. De resolver problemas juntos e de saber que as brigas tão aí pra isso. Romantismo não é mar de rosas, não é vida perfeita, não é happy end. Romantismo é leveza. É individualidade, é privacidade. É saber que vocês não precisam provar ao mundo inteiro que são românticos e que se amam, os dois sabem disso, cada um no seu silêncio. Romantismo não é feito de atos esporádicos como um jantar no dia dos namorados, uma noite juntos no aniversário de namoro e um buquê de flores na hora das desculpas. Romantismo é feito todos os dias. É sair da rotina todos os dias. É surpreender todos os dias. E no dia dos namorados ou no aniversário de namoro, simplesmente ficar em casa e curtir a companhia um do outro, porque isso é que é o diferente, não o comum. E ser romântico vai de cada um, cada um tem seu jeito de demonstrar. Não existe uma fórmula. Nem é obrigatório. Na verdade, não precisa nem ser romântico para fazer tudo o que eu disse aí em cima. Só precisa gostar de verdade e não ter medo de demontrar. Então ame! Seja amável! E coloque isso na frente do "ser romântico.."

terça-feira, 14 de junho de 2011

sexta-feira, 10 de junho de 2011

o desconsolo que cansei de conhecer.

Hoje eu acordei com sono, sem vontade de acordar, com um aperto no peito, um nó na garganta, o corpo doendo, a cabeça doendo, a alma doendo, um café e tudo melhora, pensei, um café bem forte, amargo, preto, mas não melhorou, tá tudo igual, levanto e a única vontade que eu tenho é de chorar ou de dormir ou de sonhar ou de sumir, queria um abraço, um beijo, um carinho, um amor, uma bebida e uma música, passar o resto dos dias nessa inércia, uma bebida e ponho Cartola, outra bebida e la vem Chico, mais uma e mais uma e mais uma e mais uma e eu acabo em The Smiths, bêbada, e durmo um sono sem sonhos, pra no outro dia acontecer tudo de novo e de novo e de novo e de novo até essa dor passar, até esse buraco sumir, até tudo se acertar.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Não me venham com essa história de que na hora da raiva se diz coisas que não gostaria de dizer, coisas que não são verdadeiras, coisas ditas apenas por impulso porque, quando se está com raiva de alguém, o que se quer mesmo é magoar, não importa o que tenha que ser dito e o que é dito geralmente são apenas mentiras bobas, por saber que esse é seu ponto fraco, não, não me venham com esse discurso ultrapassado e clichê porque é uma grande mentira, uma mentira deslavada, uma mentira contada por covardes que não tem a decência de admitir que, sim!, pensam exatamente aquilo de você, é, de você, porque geralmente, muito frequentemente, essas explosões são direcionadas a um ser humano, provavelmente um amigo, mais provavelmente alguém que se ama acima de tudo (ou talvez nem ame tanto assim), mas sempre alguém muito querido e sabe porque? Porque quando não são tão queridos assim, vocês não ficam tão cheios de cerimônias, geralmente no mínimo contato que têm já deixam claro para esse não querido que ele não é querido, não havendo assim a menor probabilidade de uma discussão e de um momento de raiva onde vocês despejam tudo aquilo que sabem que vai magoar e depois voltam com o rabo entre as pernas, morrendo de vergonha da sinceridade exagerada, se desculpando e dizendo que não sentiam nem acreditavam realmente em tudo aquilo que disseram, que foi “na hora da raiva”. Uma coisa muito bonita que ouvi e que acredito que seja uma das coisas mais verdadeiras nessa vida recheada de mentiras e escrúpulos inúteis e pessoas covardes que não assumem seus erros e suas palavras e suas atitudes, é que a boca fala o que o coração tá cheio, é, isso aí mesmo, na hora da raiva as suas bocas falam exatamente do que o seus corações tão cheios, na hora da raiva vocês mandam às plicas todos os motivos e escrúpulos e porquês e barreiras e o caralho e dizem exatamente aquilo que pensam do outro, dizem a verdade, uma vez nas suas lindas vidas e não me venham com essa conversa de que certas coisas não são ditas porque vocês amam tal pessoa, porque vocês não querem magoá-la, mais uma mentira no meio de tantas outras, porque se fosse sincero mesmo, na “hora da raiva” vocês jamais deixariam isso escapar, porque machuca do mesmo jeito, dói do mesmo jeito, talvez doa mais ainda porque vem carregado daquele rancor e ódio e sentimento de coisa acumulada e guardada por tanto tempo pelo simples fato de vocês não terem coragem de dizer exatamente o que pensam e como se sentem, então não me venham com essa história de que na hora da raiva se diz coisas que não gostaria de dizer, coisas que não são verdadeiras, coisas ditas apenas por impulso porque essas coisas não são ditas nunca, nem mesmo na hora da raiva.
S'open your heart,
Oh, then surely you'll see,
Oh, that the someone who really cares is me.